SELITA AMEAÇA DEIXAR CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
Ramon Barros
A cooperativa de laticínios Selita, que funciona a 73 anos em Cachoeiro de Itapemirim poderá ir para outra cidade do Sul Capixaba, caso não consiga uma negociação com os moradores da região onde atua, no bairro Campo Leopoldina. Estes impactos que incomodam todos os moradores da região, como mal cheiro, barulho constante de caminhões e caldeiras começou em 2005 quando a fábrica foi transferida de Rio Novo do Sul para Cachoeiro de Itapemirim.
Segundo informações da Selita, na época os locais onde foram instalados os equipamentos não foram preparados adequadamente, prevendo o fluxo diário de trabalho e eliminação de dejetos. Hoje até municípios do Rio de Janeiro estão negociando a transferência da Selita, de olho no faturamento mensal de R$200 milhões que poderão aumentar com os investimentos programados e com novos produtos a serem lançados no mercado de varejo.
Segundo a diretoria da Selita, um dos principais motivos da retirada da cooperativa de Cachoeiro é a forte pressão que vem sofrendo por parte da Associação de Moradores do Bairro Campo Leopoldina que reclamam do barulho gerado pela produção dos laticínios. Nesta semana, os moradores foram à Câmara Municipal reinvindicar a intervenção do legislativo na solução do problema: http://www.folhavitoria.com.br/geral/blogs/folhavitoriasul/2011/04/28/moradores-voltam-a-protestar-contra-barulho-de-empresa-no-sul-do-es/
Os protestos também foram realizados na porta da cooperativa, com apoio de membros da igreja católica que levavam cartazes da campanha da fraternidade que este ano fala da preservação do meio ambiente: http://www.folhavitoria.com.br/geral/blogs/folhavitoriasul/2011/04/19/moradores-protestam-contra-cooperativa-de-laticinio-em-cachoeiro/
Segundo entrevista do Presidente da Cooperativa de Laticínios, José Onofre Lopes o processo para resolver o problema é demorado. Só a parte das caldeiras leva seis meses e o restante um total de quatorze meses para se solucionar definitivamente os problemas. "-Nós também fechamos uma parceria com a Foz do Brasil para o tratamento dos afluentes que são liberados pela Selita, visando a diminuição do mal cheiro", garante José Onofre.
A Assessoria da Selita ainda declarou ao FOLHA VITÓRIA SUL que a possível retirada da Empresa de Cachoeiro estaria planejada: o terreno teria compradores interessados na área nobre, avaliada em cerca de R$25 milhões. Com os subsídios oferecidos por prefeituras que estão interessadas em receber a cooperativa o processo andaria rápido e Cachoeiro de Itapemirim teria um impacto negativo em circulação de renda e geração de 12 mil empregos. Mais de 70% dos produtos são vendidos fora do Espírito Santo, trazendo divisas para Cachoeiro, ao contrário da Fábrica de Cimento Nassau, que mesmo operando em Cachoeiro de Itapemirim tem sede fiscal no estado de Pernambuco.
José Onofre Lopes, presidente, à frente da Cooperativa a cerca de um ano disse também à nossa reportagem que parte dos R$5 milhões de investimento para a solução dos impactos ambientais já foi paga: "-estamos trabalhando e buscando diálogo sem polêmicas, mas a cidade e principalmente a comunidade tem que nos apoiar", garante "Zito" como é conhecido em Cachoeiro de Itapemirim. Segundo ainda o presidente o conselho fiscal já aprovou a mudança de cidade, mas ele espera negociar com os moradores e permanecer no local.
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