Ramon Barros
Tenho recebido centenas de reclamações sobre o serviço de transporte público de Cachoeiro de Itapemirim. Comparado com outras cidades, a principal cidade do sul do estado amarga transtornos que geram prejuízos incalculáveis aos usuários. Detentora da concessão de exploração do serviço até 2014, a Flecha Branca tem problemas sérios para resolver.
Com o risco de ter o preço da passagem elevado e a drástica redução do transporte "Passe livre" que atendia a população carente, não encontrei respostas plausíveis para a falta de investimento no serviço, que agora é todo feito através de cartões magnéticos.
Para conferir in loco as reclamações resolvi andar de ônibus por Cachoeiro. A primeira dificuldade é ficar nos pontos, devido ao calor, sujeira e falta completa do mínimo de conforto e segurança para os passageiros. Principalmente na periferia.
Se não bastassem estas condições, os ônibus nunca, em diversas situações que eu conferi munido da tabelinha de trajetos, seguem os horários. É impossível chegar a algum compromisso no horário, se depender dos ônibus da cidade.
As condições dos veículos também são uma pedra no sapato... dos usuários: sujeira nos bancos e vidros das janelas. Os ônibus mais novos circulam apenas no centro da cidade: um dos que circulei tinha até bancos acolchoados, mas transita só em áreas nobres.
Também tive o desprazer de ver uma senhora descer exatamente dentro de um matagal, cheio de lixo, no bairro Baiminas, onde é o ponto do ônibus.
Indignado como cidadão, eu resolvi buscar os direitos dos usuários. Liguei para a Empresa Flecha Branca onde prontamente fui atendido pelo Senhor Edmar que me explicou que: 1)Quanto aos horários, estes foram alterados por determinação da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim. 2)Sobre os Pontos de ônibus: são de responsabilidade da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim. 3)Sobre o aumento da passagem ele não se pronunciou.
Se a "culpa" é da Prefeitura, também fui ouvir a versão do Executivo que me disse que n-u-n-c-a, em nenhum momento, interferiu ou mudou os horários de ônibus na cidade. Disse ainda que toda a fiscalização agora é realizada pela Agersa – Agência reguladora dos serviços prestados por concessionárias no município. Quanto à limpeza e manutenção irão averiguar os pontos dos ônibus. Do diretor da Agersa, Luiz Carlos obtive a informação que a regulação do transporte público começará em breve, depois dos trâmites legais.
Diante disto fica a pergunta: a culpa é de quem? Do usuário? Das mães que ficam no sol quente com crianças esperando o ônibus ou dos idosos que também esperam um tempo interminável para se locomoverem? Creio que a culpa deve ser do dono do terreno que não limpou o mato e o lixo, e justamente lá é o ponto de ônibus. Surpresa mesmo será saber que o culpado por este transtorno não existe, sendo apenas coisas da imaginação da população de Cachoeiro de Itapemirim, causadas pelo forte calor e exposição ao sol.
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