Pelo menos desde a
invenção do precursor dos polígrafos atuais, há cerca de um século, busca-se um
método capaz de atestar se uma pessoa está mentindo. Embora até hoje não se
tenha inventado uma técnica 100% confiável, a ciência evoluiu muito na compreensão
dos mecanismos fisiológicos e psicológicos da mentira. Ao contar uma lorota, a
pessoa desencadeia uma espécie de curto-circuito interno. Ela usa a razão para
elaborar um discurso fajuto. Só que seu cérebro também produz uma resposta
emocional. A contradição entre esses impulsos provoca ansiedade – que, por sua
vez, leva a alterações dos sinais vitais. Há aumento da pressão sanguínea, dos
batimentos cardíacos, da transpiração e da salivação. O polígrafo baseia seus
resultados na medição desses fatores. Nos últimos anos, outras técnicas
surgiram, como um aparelho que indica se a pessoa fala a verdade com base nas
oscilações da voz. São promissores, ainda, métodos como o escaneamento termal –
que flagra as mudanças de temperatura dentro dos globos oculares – e a
ressonância magnética funcional. Utilizado por Daniel Langleben, da
Universidade da Pensilvânia, esse procedimento permite detectar quando há
atividade nas regiões do cérebro relacionadas à mentira.
No contato social, as pessoas se autocondicionam desde cedo a mascarar o que sentem – alguém pode exibir um sorriso, embora esteja sentindo raiva. Só que, em razão da atividade involuntária de alguns de seus músculos, a face estampa as emoções reais de forma instantânea.
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