"Igreja Matriz Nossa Senhora do Amparo e Rua das Palmeiras" são tombadas como Bem Imóvel de valor Histórico e Cultural.
Itapemirim com seus 195 anos de Emancipação Política teve no dia 17 de janeiro de 2011 um de seus principais pontos turísticos, a "Igreja Matriz Nossa Senhora do Amparo", tombada como Bem Imóvel de Valor Histórico e Cultural. O Conselho Estadual de Cultura, através da resolução CEC número 001/2011, aprovou o tombamento, que foi publicado dia 28 de janeiro, no Diário Oficial do Estado do Espírito Santo. A medida foi assinada pelo Secretário de Estado da Cultura e Presidente do Conselho Estadual de Cultura, José PauloViçosi.
O mais novo patrimônio Histórico é situado à Praça Domingos José Martins, no centro de Itapemirim.
"Itapemirim é um celeiro histórico e o tombamento da Igreja e da Rua das Palmeiras é a certificação da importância deste Município no contexto histórico do Espírito Santo. A Matriz é referência em beleza, suntuosidade, enfim é um dos nossos cartões postais e merece esta reverência, pois tem um valor inestimável", destacou a Prefeita Municipal Norma Ayub Alves.
Para o historiador e pesquisador, Luciano Retore Moreno, morador de Itapemirim, quando as pessoas redescobrem Itapemirim, passam a admirá-lo e respeitá-lo mais: "Sou suspeito em dizer algo sobre a matriz, pois tenho uma paixão incontrolável por sua história, especialmente no que se refere aos acontecimentos do século XIX: a recepção ao imperador D. Pedro II, por exemplo. Infelizmente a população, pelo menos a maior parte dela, não tem consciência da importância que Itapemirim teve na construção da história capixaba, mas, através de trabalhos de pesquisa e até mesmo de escavações, estamos tentando reverter essa situação" frisou o professor enfatizando ver os tombamentos como uma forma de recuperar a importância histórica do Município, que já exerceu um papel de grande relevância para o Espírito Santo.
Padre Bruno de Sá Rangel, pároco da Matriz relata a importância em preservar a história do Município de Itapemirim: "Agora com esse processo de tombamento a Igreja pode contar com a parceria da Secretaria Estadual de Cultura e também com recursos municipais para auxiliar na manutenção desse belíssimo edifício. Os fiéis também ficam bastante alegres e contentes em saber que o lugar que se reúnem para celebrar a fé pode ter uma condição melhor de preservação através dessa parceria," ressaltou o Padre.
A Gerente Estadual de Memória e Patrimônio Cultural e Natural, Christiane Wigneron Gimenes esteve na quinta-feira (03), realizando uma visita técnica à Matriz. Na oportunidade ela comentou que o tombamento não tira a propriedade do imóvel: "A propriedade é da Igreja! Então, a partir desse momento trabalhamos em parceria seguindo a "Lei de Proteção do Imóvel". Junto com a Igreja faremos as possíveis intervenções e os projetos necessários para proteção deste Monumento Histórico," frisou a gerente, enfatizando a importância do projeto de restauro.
O projeto citado pela representante do Governo será realizado numa ação conjunta entre arquitetos da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, Governo do Estado do Espírito Santo, Município de Itapemirim e Núcleo de Restauro da UFES – Universidade Federal do Espírito Santo. "No projeto estão sendo mantidas todas as características de 1847 – 1855. Inicialmente estão em execução pela paróquia, sobre orientação do corpo técnico, medidas de emergência, como retirada dos cupins e recuperação de parte do telhado, tendo em vista que com as fortes chuvas parte do teto da igreja foi afetado, ressaltou Cora Augusta Duarte Aguieiras, Arquiteta da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim."
Breve histórico sobre a Igreja Matriz Nossa Senhora do Amparo:
A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo, construída pelos Capuchinhos toda em estilo Barroco, remete o visitante à época do Brasil Império. Além de ser um ponto turístico, exalta a religiosidade do século XIX, guardando verdadeiras obras de arte trazidas da Europa. Em oito de setembro de 1847, foi lançada a pedra fundamental e a edificação começou de fato em janeiro de 1848. Na época chefiava a paróquia o Frei Capuchinho Paulo Antônio Casa Novas e foi ele o responsável pelas obras. A igreja foi concluída em 1855.
O povo e suas histórias...
O jornalista Olegário Wanguestel de 73 anos se diz privilegiado em acompanhar a história da Matriz e principalmente por fazer parte dela: "lembro da Igreja nos anos quarenta e as pessoas que aqui frequentavam. Fui batizado aqui, ainda bem novinho, não me recordo à idade. Com grande emoção hoje acompanho esse processo de tombamento," frisou. O primeiro batismo registrado em Itapemirim foi em 1714, já com a pia batismal trazida por Portugueses que vieram das Minas do Castelo para Itapemirim. A pia é utilizada até os dias de hoje na Matriz.
A Igreja, por sua beleza, suas verdadeiras obras de artes, cativa noivos a realizarem seus matrimônios na matriz. Isso é uma velha tradição dos católicos de Itapemirim. O padre Bruno de Sá Rangel associa isso ao afeto dos munícipes e visitantes pela Matriz. "Sempre sonhei em me casar na Matriz". Maristela Ferreira hoje vê as fotos e relembra a cerimônia: "casei no dia 21 de abril de 1990, escolhi a Igreja por sua beleza e sua história. Naquela época todos queriam se casar na Matriz, até hoje, mesmo depois de vinte anos, passo na vila e continuo admirando aquele lugar. É bom relembrar o passado, melhor ainda saber que agora tudo será preservado," enfatizou.
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