sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Fã de Zeca Pagodinho, taxista argentino recebe turistas com samba e bandeira do Brasil

R7


Juan Vicente Ruperto, de 47 anos, nasceu no bairro de Barracas, zona sul de Buenos Aires, mas tem certeza de que houve um engano.

- Nesta noite, a cegonha estava bêbada. O meu destino era o Rio de Janeiro.

Quando se entra no táxi que ele dirige todos os dias pelas ruas da capital argentina, logo se percebe o equívoco geográfico que o fez nascer na terra do tango. No interior do carro, predominam o verde e o amarelo. A coleção de bandeiras, bonés e camisetas - presentes de amigos e passageiros - revela uma paixão que não conhece a fronteira entre Brasil e Argentina.

Juan, ou João, como também gosta de ser chamado, morou no Brasil entre 1980 e 1985, quando se rebelou contra o pai, que não o deixava comprar um carro. Foi viver com tios em Porto Alegre. Tinha, então, 17 anos.

- Descobri um mundo novo. Aqui, o que tínhamos era a ditadura. Lá, um povo feliz, apesar de suas necessidades.

Embora o afeto pelo Brasil esteja em seu DNA, algo que o taxista acredita ter herdado da bisavó nascida no país vizinho, isso só foi se transformar na paixão que ele sente hoje quando começou a tomar contato com a música brasileira. No banco do passageiro do carro, João carrega quatrocentos discos.

São CDs de samba, música sertaneja, forró e outros gêneros que baixa da internet ou ganha de conhecidos. Ele é capaz de listar, de cabeça, uma infinidade de artistas brasileiros de todas as épocas e regiões do país. Apenas um, porém, ocupa um lugar especial em seu coração: Zeca Pagodinho. PARA
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