Bastou o senador capixaba Ricardo Ferraço (PMDB) levantar bandeira contra as coligações partidárias para ganhar aliados. O primeiro deles foi o conterrâneo e colega de partido, Camilo Cola.
Ao saber que o senador apresentou um Projeto de Lei que veda coligações em eleições proporcionais para os cargos de vereador e deputados estadual, distrital e federal, Camilo Cola reforçou o discurso e se colocou à disposição para ajudá-lo nessa tarefa em Brasília.
Através de telegrama enviado ao senador, o deputado se solidarizou com a proposta: "Coloco-me a sua disposição para juntos combatermos a coligação proporcional. Entendo que sua extinção fortalece os partidos e inibe a ação de legendas de aluguel. Conte comigo nesta batalha cívica", diz a mensagem.
A proposta de Ricardo é baseada na justificativa de que coligações, quando aplicadas às eleições proporcionais, em nosso sistema eleitoral proporcional de listas abertas, acabam por beneficiar partidos que não correspondem à efetiva representação popular nas casas legislativas.
"A sociedade brasileira pede a instituição de um sistema eleitoral que efetivamente respeite a verdade eleitoral, quer dizer, que reflita, com precisão, a vontade do eleitor expressa nas urnas. A proibição de coligações nas chamadas eleições proporcionais constitui, sem qualquer sombra de dúvidas, uma das medidas mais significativas endereçadas a alcançar esse propósito", diz o senador.
As coligações proporcionais têm gerado verdadeiras aberrações eleitorais. Alguns casos são clássicos para demonstrar quanto o sistema pode gerar injustiças. O mais recente é o do deputado federal Tiririca (PR), de São Paulo. Eleito com mais de um milhão de votos, ele levou consigo mais três parlamentares dentro da sua coligação que incluía as legendas PT, PC do B, PRB e PT do B. Sem a "mãozinha" do palhaço, nomes como o delegado comunista Protógenes Queiroz não teriam chegado ao parlamento.
E para não ir longe demais atrás de exemplos, basta olhar para as eleições aqui no Espirito Santo em 2010, onde o próprio deputado federal Camilo Cola foi vítima do sistema vigente. Ele conseguiu 70.285 votos, quase dez mil a mais que o candidato que ficou com a 10ª vaga, mas não foi eleito. O cachoeirense teve a 7ª melhor votação, portanto na frente de outros três concorrentes, mas ficou com a suplência em decorrência das coligações do seu partido.
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